sexta-feira, 9 de abril de 2010

Papel do jornalista

Ontem, na minha aula de Epistemologia, o professor levantou uma questão que achei muito boa. Tanto que resolvi fazer um post aqui no blog sobre isso. Qual é o verdadeiro papel do jornalismo? Ligamos a tevê para assistir aos noticiários, e qual é a primeira notícia que nos deparamos? Guerra entre policiais e traficantes, acidentes de trânsito, mortes por desabamento de terra, corrupção na política, etc etc e tal. Só vemos as misérias da sociedade, a podridão, o sujo e imundo. Já ouvi muitas pessoas [inclusive, eu mesma] falarem que "não aguentam mais assistir aos noticiários e ver só mortes e coisas ruins". Tudo bem, concordo com o jornalismo denúncia, sim, deve existir mesmo. É ele quem leva a sociedade à refletir sobre o que acontece em sua volta, e o que deve mudar. Mas, enquanto isso, muitas coisas boas estão acontecendo também. E fica um espaço mega reduzido para levar ao público o que de bom é feito na sociedade. Tem um programa que eu acho super interessante, que passa na Redetv, Good News. Segundo o site do programa: Um Brasil que dá certo! Projetos, ações, atitudes de gente comum que faz um Brasil melhor, mostrando que podemos mudar a vida de muitas pessoas. Uma pequena atitude gera um grande resultado, até para a vida de uma população inteira. Esse é o Good News, um programa que traz informação sobre projetos criativos que acontecem pelo país e mostra exemplos de comprometimento com a qualidade de vida e o meio ambiente. Uma coisa me incomoda muito, o sensacionalismo existente no jornalismo. Quando ocorrem tragédias, o fato é mostrado de uma maneira que chega a ferir as pessoas. As mazelas são expostas como mercadorias e a individualidade de quem sofreu àquela ação fica praticamente nula. Um exemplo atual disso que falo: pessoas sofrem com o desabamento dos morros no Rio de Janeiro. Famílias perderam suas casas e muitos perderam seus entes queridos. É um momento de muita dor e comoção de todos, e chega um jornalista e empunha seu microfone para arrancar o sofrimento de alguém e mostrar ao resto do mundo. Caramba, a pessoa está no "fundo do poço" e ainda vem outro para "cutucar" com o dedo na sua ferida? Acho que isso deveria ser repensado. Até que ponto fazer jornalismo é não invadir o espaço do outro? Daí chegamos à questão da ética no jornalismo, que eu deixo para discutir em um outro momento.

Ah, uma pequena nota sobre a semana:
Nesta semana ocorreu a comemoração dos 40 anos do curso de Comunicação Social da UFMA, com uma aula ministrada pelo professor doutor, José Marques de Melo, na quarta feira, em que o mesmo palestrou sobre os 60 anos da Televisão no Brasil. E na quinta feira, houve uma solenidade no Palácio Cristo Rei, para a entrega dos títulos de Doutor Honoris Causa ao Professor Marque de Melo, e Professor Emérito à Sebastião Jorge.

2 comentários:

Jorge André Ferreira disse...

Essa aula ministrada foi boa, hem? Rendeu bastante *---*

xDD
;*

Bruno Alves disse...

Infelizmente o jornalista não depende só dele. Depende da empresa, esse é o grande problema.

Muitos jornalistas discordam das posições de suas instituições,mas precisam da grana pra sobreviver, então têm de se conter.